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Precocidade no abate aumenta interesse em bovinos geneticamente melhorados por touros nelores

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DA REDAÇÃO – ARAÇATUBA

Animais de corte melhorados por touros Nelore chegam ao peso de abate em menos tempo. Esta é a conclusão de uma pesquisa da unidade de Sertãozinho (SP) do Instituto de Zootecnia (IZ/Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), sobre o impacto da seleção e melhoramento genético no rebanho Nelore. Em vez dos três anos e 18 arrobas da pecuária tradicional, o gado selecionado vai para o frigorífico em dois anos, com ao menos 21arrobas. Na comparação entre dois animais abatidos com 24 meses, sendo um selecionado e outro não, a diferença entre os dois chega a quase duas arrobas a mais para o selecionado.

O trabalho do IZ mostra que a seleção genética traz significativa contribuição para a pecuária bovina nacional. Em um raciocínio considerando a comercialização de sêmen (e 50% de concepção) desde 2000, de embriões (e 40% de concepção) desde 2010, e de reprodutores e matrizes desde 1981, com média de diferença esperada na progênie de 29 kg, o impacto do rebanho do IZ no rebanho nacional foi de 37.769.718 animais ou 36.510.727 arrobas (considerando 50% de rendimento), refletindo no aumento da produtividade e na renda do produtor no momento da comercialização, com impacto direto no aumento da produção de carne do Brasil.

 

Corte e leite

De acordo com o engenheiro agrônomo Sérgio Gottardi Paoliello, do Nelore do Boitel, de Araçatuba, raciocínio semelhante vale para o gado leiteiro. O pecuarista afirma que produtores de leite têm procurado o criatório em busca de touros nelore para melhorar o rebanho. “Touros nelore te dão bons bezerros, machos ou fêmeas. Além da sua renda com leite, o produtor pode colocar um dinheiro a mais no bolso na desmama dos bezerros”, garante Paoliello.

O Nelore do Boitel fomenta o investimento e a evolução da atividade de corte e leiteira por meio da comercialização de touros. O investimento vale a pena, segundo o pecuarista, pois a relação custo x benefício é vantajosa. Trata-se de um círculo virtuoso em que o investimento no touro selecionado resulta em rendimento superior por 10 anos ou mais. “Esse estudo deixa bem clara a importância do melhoramento genético. Animais de mesma idade, mesmo manejo nutricional, mesmo ambiente apresentam carcaças e rentabilidade diferentes. Daí a importância do criador comprar touros geneticamente melhorados, conhecer o trabalho do criatório que está comprando” comenta Paoliello.

 

Rausor do Boitel

O Nelore do Boitel tem mais de 70 anos de seleção a pasto, utilizando genética aprovada e consagrada. A história do criatório começou em 1949, com o sogro de Paoliello, Dr. Alberto Franco do Amaral (AFA). Sérgio e sua esposa Catharina assumiram o empreendimento em 1980, e em 1993 registraram a marca Nelore do Boitel (inicialmente SGP, e partir de 2018 passando a ser BOIT). Os touros do criatório estão aptos a melhorar a produção de qualquer vacada, seja nelore, fortalecendo as características raciais dos bezerros, ou mesmo vacada cruzada, produzindo bezerros tricross de alta qualidade para um mercado de corte específico que busca esse tipo de mercadoria.

O animal de maior destaque do criatório é o touro Rausor do Boitel. Trata-se de um animal muito fértil, com o maior perímetro toráxico da raça, de boa musculatura e de uma docilidade incrível. “As filhas do Rausor têm excepcional habilidade materna, são dóceis e também são boas leiteiras, desmamando os filhos com muito bom peso”, conta Paoliello.

Os proprietários da fazenda Santa Nice, de Amaporã (PR), que desde 1944 trabalha com melhoramento genético da raça Nelore, atestam o comentário. “Por duas vezes, um filho do Rausor foi o primeiro colocado na prova de avaliação de desempenho realizado pelo programa Geneplus, da Embrapa. Em 2016, um animal da nossa seleção, também filho do Rausor, sagrou-se campeão da mesma prova. O Rausor do Boitel é um dos líderes de venda da central ABS Pecplan, e a cada dia vem se provando como um dos grandes touros para eficiência alimentar do mercado”, concluem.

Com a autoridade de ex-presidente da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), o pecuarista Arnaldo Manuel Machado Borges ressalta as qualidades dos animais selecionados que trazem o pedigree dos reprodutores indianos. “Genética superior em fertilidade, habilidade materna, produtividade e longevidade”, finaliza Borges.

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