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Municípios registram saldo positivo na geração de empregos apesar da pandemia

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ARNON GOMES – ARAÇATUBA

Pelo menos três dos maiores municípios da região terminaram o primeiro quadrimestre deste ano com mais admissões do que demissões no mercado de trabalho. Durante o período, que coincidiu com o início da quarentena como medida para conter a pandemia do novo coronavírus, Andradina, Penápolis e Guararapes registraram saldo positivo na geração de empregos. Os números de janeiro a abril são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério da Economia.

De acordo com o levantamento, durante os primeiros 120 dias de 2020, Andradina criou 297 postos de trabalho com carteira assinada. Com essas vagas, o município, o que mais abriu oportunidades no ano passado na região, permanece no topo dentre as 43 cidades.

Na sequência, aparecem Guararapes e Penápolis, que criaram 145 e 135 empregos formais, respectivamente. Cidades mais populosas da região, Araçatuba e Birigui demitiram mais do que contrataram. Em Araçatuba, houve redução de 697 empregos, enquanto em Birigui, 892.

IMPACTO

Para o economista e professor universitário Marco Aurélio Barbosa, os dados permitem concluir que a crise econômica provocada pela pandemia, responsável pela suspensão das atividades de uma série de serviços e fechamento do comércio, impactou a economia de cidades da região.  “O desempenho do mercado de trabalho é, portanto, um termômetro importante para se medir o impacto local da crise. Todavia, algumas cidades conseguiram, até o momento, manter um saldo positivo do mercado de trabalho, enquanto em outras, o saldo acumulado no ano fechou negativo”, avalia Barbosa, que coordena o Observatório da Economia Regional na FAC-FEA (Faculdade da Fundação Educacional Araçatuba), onde leciona.

Por causa do ineditismo da crise e sua profundidade, o economista considera o resultado favorável até o momento. Para ele, o acumulado do ano pode estar refletindo as medidas adotadas pelo governo federal. Em especial, o docente cita o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda, que criou opções aos empregadores para interromper o contrato de trabalho tendo como contrapartida o auxílio do governo no pagamento de parte dos salários dos empregados como forma de preservação de postos de trabalho.

De acordo com o governo federal, em números gerais, mais de oito milhões de empregos foram preservados com essa medida, que também trouxe reflexos positivos para a economia regional.

PERSPECTIVA

Barbosa acredita que, com a retomada das atividades econômicas locais a partir da próxima segunda-feira, conforme anúncio do governo estadual feito anteontem, há expectativa de retorno do ciclo de crescimento da economia regional.

Ele diz ainda que, neste contexto, os planos de retomada das atividades econômicas propostos pelos municípios da região, como o Praebi (Plano de Retomada das Atividades Econômicas da Prefeitura de Birigui), podem colaborar no impulsionamento das atividades produtivas e acelerar o ciclo de retomada das atividades nas cidades da região.

APOIO

Mas, para essa perspectiva se consolidar, o economista analisa que o apoio do governo federal é importante, principalmente em ações como: fornecimento de acesso ao crédito com custos acessíveis e prazos alongados de pagamento; a continuidade das medidas de transferências de renda aos trabalhadores e empreendedores informais e aos MEIS (Microeempreendedores individuais); a estabilidade macroeconômica (taxa de juros, inflação e dólar, contas externas); apoio e suporte na área de saúde etc.

“O programa de transferência de renda – auxílio emergencial – potencializa a demanda local, gerando efeitos multiplicados no mercado interno dos municípios e favorecendo o comércio local. Portanto, é um programa importante que precisa continuidade até a economia ganhar tração”, finaliza o professor da FAC-FEA.

 

Novo modelo de divulgação inviabiliza análise por setores

As novas estatísticas do mercado de trabalho, intituladas pelo governo de Novo Caged, não apresentas ainda a desagregação dos dados por setores. Com isso, não é possível avaliar a flutuação do emprego por meio de análise dos diferentes setores produtivos: indústria, comércio, serviços, agropecuárias e outros.

Essa desagregação é considerada necessária para uma visão mais detalhada das características das economias municipais, sendo importante também para elaboração de diagnóstico para o processo de formulação de políticas públicas.

Destaca-se ainda que desde janeiro desse ano o governo federal deixou de publicar as estatísticas do mercado de trabalho, sendo a primeira disponibilização das bases de dados realizada anteontem (quarta-feira dia 27/05).

 

INFOGRÁFICO

BALANÇO

Confira os números dos maiores municípios da região no primeiro quadrimestre:

 

CIDADE SALDO ACUMULADO NO ANO
Araçatuba – 697
Andradina + 297
Birigui – 892
Guararapes + 145
Penápolis + 135

 

Fonte: Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

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