DA REDAÇÃO – ARAÇATUBA
Nessa semana a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reativou o sistema de bandeira tarifárias e definiu a bandeira vermelha patamar 2 para o mês de dezembro, a mais alta, com custo de R$ 6,243 para cada 100 quilowatts/hora consumidos. Portanto, o brasileiro já está pagando mais caro pela energia elétrica. Em maio deste ano, em razão da pandemia de covid-19, a Aneel havia decidido manter a bandeira verde acionada até 31 de dezembro deste ano. Entretanto, em reunião extraordinária, a diretoria do órgão avaliou que a queda no nível de armazenamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas e a retomada do consumo de energia justificavam o aumento. Os reservatórios das usinas da região estão, em média, com 50% do volume útil. No entanto, muitas outras usinas estão em situação mais preocupante.
Em carta enviada à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na semana passada, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aponta preocupação com o abastecimento de energia elétrica no país. O órgão prevê “dificuldade no atendimento eletroenergético, pelo menos até o final deste ano” em razão do baixo nível dos reservatórios. Este documento serviu de base par4a a decisão da Aneel de autorizar cobrança extra na conta de luz dos consumidores a partir deste mês
O nível dos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que responde pela geração de aproximadamente 70% da energia consumida no país — estava em 17,59% e do subsistema Sul em 17,92% da capacidade total.
De acordo com o ONS, a situação crítica nos dois subsistemas está persistindo, mesmo com todas as medidas adotadas pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que em outubro autorizou o acionamento de usinas térmicas, cuja energia é mais cara, e a importação de energia da Argentina e do Uruguai.
Por isso, o Operador Nacional do Sistema Elétrico julga necessário o acompanhamento da evolução das condições hidroenergéticas nas próximas semanas. Recomenda até mesmo adoção de medidas adicionais visando a garantia do atendimento eletroenergético do SIN [Sistema Interligado Nacional] neste horizonte, bem como no início do ano de 2021”.
Recentemente o CMSE realizou uma reunião extraordinária e decidiu propor o acionamento de térmicas que utilizam gás natural liquefeito — que precisam ser acionadas com 60 dias de antecedência — e a flexibilização de restrições hidráulicas das usinas hidrelétricas da bacia do São Francisco, de Ilha Solteira e de Três Irmãos (as duas últimas na região).
No documento encaminhado à Aneel, o órgão avalia que, em outubro, a chamada Energia Natural Afluente, que mede a capacidade de geração da energia a partir da vazão de água de uma bacia para um reservatório, atingiu o mais baixo patamar dos últimos 90 anos. Em novembro, apresentou o segundo pior desempenho no mesmo período.
“Essa situação de afluências críticas vem acarretando um acentuado esvaziamento dos principais reservatórios do SIN, através da qual é possível verificar a deterioração das condições de armazenamento dos principais reservatórios de usinas que compõem os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul”, diz o órgão.
REGIÃO
A flexibilização das restrições nos reservatórios de Ilha Solteira e Três Irmãos já está refletindo no nível do volume útil, que caiu mais de 10% em poucas semanas. Os reservatórios das usinas dos rios Paranaíba e Grande, formadores do Paraná, estão em situação crítica,
OS RESERVATÓRIOS
Rio Grande
FURNAS 13,96%
MARIMBONDO 3,67%
ÁGUA VERMELHA 1,62%
Rio Paranaíba
SÃO SIMÃO 7,56%
ITUMBIARA 1,95%
Rio Paraná
ILHA SOLTEIRA 49,04%
Rio Tietê
BARRA BONITA 50,14%
TRÊS IRMÃOS 51,57%