DA REDAÇÃO – ARAÇATUBA
A cada nova onda de aumento dos casos de covid-19 crescem os rumores sobre medidas mais restritivas, atingindo diretamente o comércio. Porém, não há comprovação científica de que isso é eficaz. Representantes do setor repudiam tais medidas, que penalizam o comércio. Para eles, o foco de contaminação está nas festas clandestinas e até mesmo nos eventos familiares e de amigos. O comércio segue todos os protocolos e está exposto à fiscalização e até mesmo à crítica dos clientes mais conscientes.
“Limitar ocupação máxima de estabelecimentos e levar em conta necessidades de mobilidade da população podem reduzir a contaminação sem obrigar fechamento total de estabelecimentos”, aponta um estudo americano. O fechamento de estabelecimentos comerciais preocupa epidemiologistas, economistas, comerciantes e a população.
Um estudo publicado na revista Nature defende que desenvolver estratégias mais direcionadas para cada tipo de estabelecimento, com base em dados dos deslocamentos das pessoas pelas cidades, pode ser mais eficaz do que adotar o fechamento generalizado de comércios.
Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Araçatuba, Wilson Marinho, “o comércio não é o vilão e vem sendo penalizado pelos governantes”. Para Marinho, o risco é ficar em bares sem qualquer cuidado ou mesmo nas reuniões de amigos, nos ranchos e em outros eventos com aglomeração de pessoas. “Na maioria dos estabelecimentos não há movimentação comercial que possa causar aglomeração. Pelo contrário, o comércio está vazio”, disse Wilson Marinho, afirmando que a fiscalização deveria ser concentrada onde realmente há muito perigo, que são as festas clandestinas.
A cidade de Lins, mesmo com intensa fiscalização, há muita concentração de pessoas na Rua Floriano Peixoto. Nas páginas da Prefeitura, muitas pessoas repudiam este comportamento irresponsável de parcela da sociedade e defendem o funcionamento do comércio. Afirmam que os irresponsáveis se concentram e o comércio é penalizado com o fechamento.
Líderes empresariais de Três Lagoas, que fizeram manifestação na terça-feira, também repudiaram o fechamento do comércio como medida preventiva.
Outros líderes de Araçatuba, como Gener Silva (Sindicato do Comércio Varejista) e Euflávio de Carvalho Júnior (Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes), também já se manifestaram contra o fechamento do comércio como medida preventiva.
Para muitas pessoas ouvidas pela reportagem, os governantes optam pelo fechamento do comércio por ser uma medida mais fácil de cumprir e vista com facilidade pela sociedade. “Fecha o calçadão, todo mundo fica sabendo e é fácil fiscalizar e punir”, disse um consumidor, referindo-se ao calçadão de Araçatuba.
Outros citaram a realização de eventos esportivos e defenderam estas atividades, como também o funcionamento do comércio, desde que todos cumpram as medidas preventivas recomendadas.