DIEGO FERNANDES – ARAÇATUBA
Ativistas da causa animal e donos de cães e gatos no município aguardam com ansiedade o fim das obras da nova Clínica Veterinária de Araçatuba. O equipamento está tendo um investimento de cerca de R$ 10 milhões do governo estadual e está sendo erguido no Centro de Controle de Zoonoses de Araçatuba.
Em resposta a requerimentos do vereador Luis Boatto (MDB) no ano passado, a prefeitura afirmou que as obras no local começaram no dia 11 de maio de 2021 e tinham o prazo de 8 meses para serem concluídas, o que ocasionaria o término no mês de janeiro.
Por conta de alguns atrasos nas obras, segundo o parlamentar autor dos requerimentos, o novo prazo para a entrega do local é o mês de março.
Na época da assinatura do convênio com Araçatuba, o governador João Doria afirmou que, por causa da pandemia, o cuidado com os pets aumentou, o que aumenta também a demanda por atendimento veterinário e cirúrgico.
A nova clínica contará com atendimentos de consultas, tratamentos clínicos, cirúrgicos e de internação.
O projeto da clínica também ajudará no atendimento dos animais em vulnerabilidade que são tratados pelo CCZ. Segundo resposta do poder público a requerimento do vereador, o órgão oferece ração e medicamentos aos animais que necessitam de cuidados e que são resgatados pelo órgão.
Abandono
Em matéria publicada nesta semana em O LIBERAL REGIONAL, foi informado que houve crescimento no número de animais abandonados, com 560 abandonos, constatado pelo CCZ no ano passado e que seguiu no mês de janeiro de 2022, com aumento de 30% em relação a dezembro.
O jornalista e funcionário público Angelo Cardoso, defensor da causa animal, critica o abandono de animais e acredita que o trabalho das ONGs vem sendo fundamental para a manutenção de muitas vidas animais.
“Os seres humanos é que são irresponsáveis. São muitos animais abandonados pelos seres humanos. É preciso uma campanha intensa para diminuir o problema! Toda a semana alguém encontra caixa jogadas com filhotinhos dentro. Fora os animais adultos que são abandonados! Quem não tem condições de cuidar de qualquer ser vivo, não pegue pra deixar à própria sorte!! Não fossem as ONGs e os protetores independentes, a situação estaria à beira do caos”, afirmou.
Cardoso afirma que as necessidades dos animais são as mesmas dos seres humanos e, por este motivo, não é concebível o abandono por parte dos donos.
“Sempre digo, animais são iguais aos seres humanos. Eles têm necessidades também. Salvo os que são silvestres e que ainda assim são capturados para tornarem ‘animais de estimação’ “, concluiu.
Lei
Os deputados Ricardo Izar (PP) e Célio Studart (PV) são os autores da lei que entrou em vigor no último sábado que proibe a eutanásia de cães e gatos saudáveis.
Pela lei, só podem sofrer eutanásia os cães e gatos com doenças graves ou com enfermidades infectocontagiosas incuráveis, que coloquem em risco a saúde de outros animais ou até mesmo de humanos. O procedimento deve ser justificado com laudo veterinário prévio.
“Esta é a maior conquista dos últimos tempos para a defesa da vida dos animais. Chega ao fim a era das carrocinhas. Não cabem mais os extermínios absurdos de animais saudáveis nas zoonoses”, disse Ricardo Izar em fala ao jornal O Estado de S. Paulo.
O deputado defende a castração como forma de controle do número de animais abandonados.
“A proibição da eliminação fará com que o poder público invista mais em castração, porque não se controla a população de animais matando e sim castrando. Cada 1 real que se investe em castração e controle populacional, se economiza 27 reais em saúde pública. Isso são dados da Organização Mundial da Saúde”, afirmou.
O abate de animais em razão de maus-tratos foi proibido pelo Superior Tribunal Federal em setembro do ano passado, por violar dispositivo alusivo à proteção da fauna e da flora do Brasil.