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Mabel fecha fábrica e demite mais de 300 trabalhadores

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A indústria de bolachas e biscoitos Mabel fechou a sua unidade de Três Lagoas. Os funcionários foram comunicados da decisão e da demissão ao chegarem à fábrica para trabalharem na manhã desta segunda-feira (15). Inaugurada em 1998 e adquirida pela multinacional PepsiCo em 2011, a empresa detém as marcas Mabel, Elbi’s, Kelly e Skiny. Já a PepsiCo é detentora das marcas Elma Chips, Quaker, Toddy e Toddynho. A empresa tinha mais de 300 fucncionários na unidade fechada.
O anúncio do fechamento foi uma supresa para os funcionários e para as autoridades locai. No período da manhã o secretário de Desenvolvimento, de Três Lagoas, José Aparecido de Moraes, reuniu-se com os representantes da indústria. Porém, até o início da tarde não havia posição. Pessoas ouvidas pela reportagem não acreditavam em reversão da decisão.
Em comunicado divulgado entre seus colaboradores nesta manhã, a empresa afirma que a empresa concentrará sua produção de biscoitos nas plantas de Sorocaba, Aparecida de Goiânia e Itaporanga D’Ajuda (Sergipe). Ainda segundo o comunicado, “esta decisão tem como base a estratégia da companhia de promover um reequilíbrio estratégico de seus recursos, redirecionando a eficiência em sua cadeia operacional para um melhor aproveitamento da capacidade produtiva das plantas que produzem biscoitos no Brasil”.
Durante o anúncio dos resultados globais, divulgados pela companhia em fevereiro, a marca tinha anunciado a reestruturação com a previsão de gerar uma economia anual de até US$ 1 bilhão até 2023. O plano levava em conta a demissão de funcionários e o fechamento de fábricas. Segundo o anúncio, o processo deve gerar despesas de aproximadamente US$ 2,5 bilhões até 2023. Em 2019, os gastos devem atingir US$ 800 milhões.
A gigante de alimentos e bebidas registrou um lucro líquido de US$ 6,85 bilhões no quarto trimestre de 2018, resultado bem diferente do aferido no ano anterior. Em 2017, a PepsiCo amargou prejuízos de US$ 710 milhões.
Como a Mabel já tinha cumprido todas as exigências da lei que autorizou a dação do terreno, com investimentos e geração de emprego, a área não será revertida ao município. Há informações de que a PepsiCo pode vender o imóvel.

OUTRO LADO
A assessoria de imprensa da PepsiCo divulgou nota dando versão sobre o fechamento.
“A PepsiCo comunica que, a partir de 15 de abril de 2019, concentrará sua produção de biscoitos nas plantas de Sorocaba (SP), Aparecida de Goiânia (GO) e Itaporanga D’ ajuda (SE). Com isso, a empresa encerra as operações da fábrica de Três Lagoas (MS).
Esta decisão tem como base a estratégia da companhia de promover um reequilíbrio estratégico de seus recursos, redirecionando a eficiência em sua cadeia operacional para um melhor aproveitamento da capacidade produtiva das plantas que produzem biscoitos no Brasil.
Para toda equipe de Três Lagoas (MS), a empresa oferecerá um pacote financeiro adicional às verbas rescisórias legais de acordo com os anos trabalhados, e todo suporte necessário neste momento de transição, incluindo ações como workshops sobre empreendedorismo, planejamento financeiro e preparação de currículos, que inclusive serão distribuídos para outras empresas da região.
Essa iniciativa faz parte da estratégia de reinvestimentos anunciada pela PepsiCo globalmente durante anúncio de resultados globais, em fevereiro.
A PepsiCo segue comprometida com seus funcionários, consumidores, clientes e comunidades para, juntos, avançarmos com crescimento sustentável no Brasil.” (Com informações Perfil News e Mariane Martins).

Prefeito, secretário e população se manifestam sobre fechamento da fábrica

O fechamento da Mabel, em Três Lagoas, causou dioversas manifestações de autoridades, funcionários e da própria população, que revela preocupação com o desemprego.
“Para nós foi uma surpresa na manhã dessa segunda-feira quando tivemos essa notícia. É muito triste, visto que estamos em busca de nova geração de empregos e indústrias no município e isso é muito preocupante, mas, a Pepsico disse que até o final do mês fará o acerto com todos os funcionários e estarão pagando também um curso profissionalizante em outras áreas para esses colaboradores. Mesmo assim, para nós é um momento de tristeza com o fechamento da antiga Mabel”, disse o prefeito Angelo Guerreiro.
“Fomos pegos de surpresa pelos órgãos de imprensa. Procuramos informações e juntamente com o diretor de indústria, Marcos, participei de uma reunião com o Fernando Calia que é o vice-presidente jurídico da Pepsico Brasil e com a senhora Cristiane Lopes, gerente de relações governamentais e fomos informados de tal decisão. O grupo decidiu pelo fechamento de uma das quatro unidades que eles mantêm no país e decidiram por Três Lagoas, por ser a unidade mais distante do polo distribuidor que as demais. Como secretário de Desenvolvimento Econômico e três-lagoense, é um momento difícil de dizer aos pais de família que eles perderam seus empregos, mas devemos continuar com a política de oferecer novas oportunidades a esses trabalhadores”, afirmou o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e TecnologiaJosé Aparecido de Moraes ()
“Ficamos sabendo que fecharam a fábrica Mabel. Nossa que situação. E essas famílias que trabalham que precisam sustentar seus entes, como vão lidar com essa situação sem emprego? Muito triste uma fábrica de muitos anos aqui na cidade fechar desse jeito”, lamentou a auxiliar de laboratório.
É preocupante, pois são mais de 300 famílias que perderam seus empregos. Isso pode refletor negativamente no município. Se não tem emprego a criminalidade pode aumentar. Sinto muito por essas famílias, espero que possamos fazer algo para reverter essa situação”, disse o acadêmico de Letras, João Pedro Pereira de Sousa.
“Eu sou de Andradina e vim hoje aqui na Mabel trazer um currículo. Soube dessa situação quando me deparei com várias pessoas comentando o fechamento da fábrica. Estou assustado. É mais de 350 famílias que estão como eu, desempregados”, destacou o desempregado andradinense Victor de Sousa.
“Para quem trabalha já é difícil a situação. Imagina para essas pessoas que ficaram desempregadas nesta segunda-feira. A situação é lamentável e a gente não pode fazer nada”, frisou o acadêmico de Medicina Willian Wallace dos Santos. (Mariane Martins).

DA REDAÇÃO
Três Lagoas

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