ANTÔNIO CRISPIM – ARAÇATUBA
A crise hídrica que atingiu o Brasil em 2014 e 2015 levou à suspensão das operações da Hidrovia Tietê-Paraná com sérias consequências para a economia. Por isso, a redução do nível de reservatórios levou profissionais ligados à área temerem pela suspensão. Porém, a Secretaria de Logística e Transportes, à qual está ligado o Departamento Hidroviário, enfatizou que não há risco. “Não há risco de suspensão. De acordo com Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), órgão ligado à Agência Nacional de Águas (ANA), as chuvas estão acima da média para o período, o que será capaz de suprir as necessidades de navegabilidade até, ao menos, novembro deste ano.
De acordo com a Secretaria de Transportes, a hidrovia, neste período do ano suspende as operações, deve retomar o trabalho nas próximas semanas. A tendência é que seja na primeira semana de fevereiro. Luízio Rocha, representante de empresa da área e do Sindicato dos Armadores do Estado de São Paulo (Sindasp), tudo está caminhando normalmente para a retomada das operações. Luízio disse que não há qualquer risco das operações sofrerem interrupção.
Para empresários do setor, a navegação fluvial deve ser estimulada como importante alternativa ou complemento de outros modais, principalmente pelo baixo custo.
MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS
A movimentação de cargas na Hidrovia Tietê-Paraná, em 2019, foi de 2,5 milhões de toneladas. Em 2020, apesar da pandemia e a consequente redução do transporte, a movimentação foi de 2,1 milhões de toneladas.
Os principais produtos transportas dos soja, milho e cana-de-açúcar. “Também tivemos transporte de madeira, areia e entre outros”, afirmou a secretaria.
Várias empresas estão operando na hidrovia, como a Dreyfus, com soja, milho e farelo de milho; Sartco, soja, milho, farelo de soja e milho; Raizen, cana-de- açúcar; entre outras.
INVESTIMENTO
“O Governo de São Paulo tem investido na Hidrovia com o objetivo de ampliar os canais de navegação e dar mais agilidade no transporte de cargas. Está em andamento, por exemplo, as obras para implantação do canal de montante da eclusa de Ibitinga com investimento de quase R$ 10 milhões, e, em obras de desassoreamento, derrocamento, ampliação de vãos de pontes, manutenção e implantação da sinalização náutica.
Estão em andamento os estudos para o início das obras do Canal de Nova Avanhandava e também da proteção da ponte na SP-333. Com investimento total de R$ 350 milhões. Ainda há, também, a implantação do Plano Diretor para a Hidrovia, com mais novidades em breve”, informou a secretaria.
Quanto ao crescimento do volume transportado, a Secretaria de Logística e Transportes informou que a expectativa é de 10% a 15% em relação a 2019.
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