ARNON GOMES – ARAAÇATUBA
Araçatuba registrou, no ano passado, queda de 69,7% no casos de dengue na comparação com 2019. Apesar da redução, o município registrou, no ano que marcou o início da pandemia de covid-19, a segunda maior quantidade de confirmações da doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti na década passada.
De acordo com números divulgados ontem pela Vigilância Epidemiológica Municipal, a cidade contabilizou 2.380 casos de dengue. No ano anterior, havia sido 7.879, o maior número registrado entre 2011 e 2020.
Dois mil e 21, por sua vez, começou com a expectativa de uma redução maior. Araçatuba totalizou o menor número de confirmações para janeiro nos últimos três anos. No mês passado, foram 28 registros, enquanto no mês inicial de 2020 e 2019, foram 276 e 68, respectivamente. Isso significa que, em relação a janeiro do ano passado, a queda foi de 89%. Em janeiro de 2018, foram apenas cinco casos. Naquele ano, aliás, o município totalizou 47 pessoas acometidas pela doença, o terceiro menor volume na série histórica.
Mesmo com mais de duas mil confirmações da dengue em 2020, diferentemente de 2019, Araçatuba não registrou mortes pela doença. Da mesma forma, pelo quinto ano consecutivo, não houve registros de casos nem de mortes por zíka virus, conforme o levantamento. Por chikungunya, desde 2018, não há qualquer notificação. Ambas as doenças têm o mesmo agente transmissor.
PREVENÇÃO
Os números podem indicar uma tendência de diminuição, mas o verão combinado com o tempo chuvoso serve de alerta para a prevenção contra as doenças transmitidas pelo Aedes, que proliferam justamente em ambientes com água parada. As estatísticas mostram que, normalmente, no primeiro semestre, ocorre a “explosão” de casos. Segundo a Vigilância, o período de janeiro a junho respondeu por 90% dos casos de 2020. Das 2.380 notificações ocorridas durante todo o ano, 2.158 ocorreram nesse intervalo.
COMBATE
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, devido à proliferação do novo coronavírus, todas as ações estão obedecendo recomendações do Ministério da Saúde quanto ao uso de EPis (Equipamentos de Proteção Individual) e distanciamento seguro nas visitas aos imóveis, respeitando localidades com pacientes de risco como idosos.
Em resposta a requerimento sobre a situação da dengue no município em maio do ano passado, já durante a pandemia, a administração municipal destacava algumas de suas principais ações no combate à doença.
Dentre elas, estava o trabalho das equipes de controle de vetores /endemias em horários diferenciados. Outro ponto destacado foi a realização de reuniões semanais com os supervisores dos agentes de vetores e endernias na Secretaria de Saúde juntamente com a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) a fim de se estabelecer estratégias e ajustes necessários de acordo com a apresentação do cenário de casos notificados e casos positivos. Também foi citada a intensificação de ações no controle de vetores, como criadouros e nebulização com carro em bairros que apresentam casos positivos de dengue e alto índice de disseminação da doença.
Série histórica
Confira a quantidade de casos de dengue em Araçatuba, por ano, desde 1998:
Ano Quantidade
1998 599
1999 527
2000 745
2001 448
2002 836
2003 3.092
2004 2
2005 22
2006 2.380
2007 2.538
2008 14
2009 563
2010 11.509
2011 71
2012 524
2013 584
2014 1.861
2015 1.678
2016 694
2017 103
2018 46
2019 7.879
2020 2.380
Fonte: Vigilância Epidemiológica de Araçatuba.