Um antigo sonho de uma das mais tradicionais instituições de ensino superior de Araçatuba teve, nesta semana, um novo passo para virar realidade. A FEA (Fundação Educacional Araçatuba) obteve, na última quarta-feira, junto ao Conselho Estadual de Educação, a aprovação por unanimidade de seu projeto para implantação do curso de medicina. Agora, a entidade precisa cumprir uma série de requisitos a fim de conseguir a autorização para funcionamento.
De acordo com o diretor pedagógico da FEA, Pascoal Manfredi, agora, a faculdade irá preparar a estrutura dos laboratórios, iniciar processo para contratação de professores e aquisição de materiais didáticos, além de definir como funcionará programa de estágios e atuação. Concluído esse processo, a fundação poderá requerer a ordem para começar a formação de médicos. A expectativa é de que as aulas tenham início no segundo semestre de 2019.
O diretor não falou sobre valores a serem investidos, mas reafirmou que a ideia é abrir o curso com 60 vagas. Segundo informações já divulgadas pela imprensa local, a mensalidade deve ficar abaixo de R$ 6 mil, no início.
“Nós temos uma estrutura boa e uma boa avaliação no IGC (Índice Geral de Cursos), que é 4 (o máximo é 5)”, disse ele, ao destacar itens que favoreceram o bom desempenho da instituição. “Nossa intenção é oferecer um curso mais humanizado, acessível à população e com professores bem capacitados. Araçatuba é quem ganha com isso.”
Com a FEA, Araçatuba passará a ter dois cursos de medicina. O primeiro e único começou neste ano, no Unisalesiano (Centro Universitário Católico Salesiano), dentro de um projeto do governo federal para ampliação da oferta de formação de médicos em todo o Brasil.
Apesar de a articulação para implantação do curso ter começado a ganhar destaque na mídia em 2016, a FEA enfatizou, em nota, no final da tarde de ontem, que contar com o ensino de medicina era um desejo antigo da instituição. “Um desses projetos era trazer para a cidade de Araçatuba um curso de medicina. Algumas tentativas se frustraram ao longo desse caminho, muito trabalho despendido; muita elaboração; muitas tratativas que se transformavam em decepção, esbarrando em negativas políticas ou técnicas”, diz o texto.
TEMPO
A análise do projeto do curso de medicina estava no Conselho Estadual de Educação desde 23 de março do ano passado. O documento foi protocolado no Paço Municipal, com a presença do prefeito Dilador Borges (PSDB), secretários e representantes da Santa Casa. No hospital, aliás, ocorrerão aulas práticas, assim como na rede básica de saúde. Em outubro de 2016, na semana da eleição, a FEA chamou os candidatos a prefeito à época para assinar uma carta de intenção sobre o assunto. O texto foi assinado pelo próprio Dilador e seus adversários na ocasião: Luís Fernando Arruda Ramos, já falecido, e Hélio Consolaro.
ARNON GOMES
Araçatuba