Dados da Fundação Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) que o PIB (Produto Interno Bruto) da Região de Araçatuba apresenta crescimento de 2,7% no acumulado de 12 meses. Os dados regionais caminham na contramão do Estado que, ao longo do último ano, apresentou retração de 0,7% na economia. A região de Araçatuba superou as de Presidente Prudente (1,9%), São José do Rio Preto (1,1%) e Bauru (0,15) e ficou empatada com Marília (2,7%).
Para o economista Marco Aurélio Barbosa de Souza, especialista em economia local e regional, a trajetória dos 43 municípios em sentido aposto aos resultados estaduais evidencia o que ele chama de “resistência” da economia regional aos efeitos recessivos da crise pandêmica. “Entretanto, no mesmo período, a economia estadual sofreu o efeito da crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, transmissor da Covid-19”, analisa.
COMPARAÇÃO
Outro aspecto destacado pelo estudioso, na comparação com 2019, é que o PIB regional apresentou crescimento de 3,4% nos três primeiros trimestres de 2020, enquanto, no Estado, ficou negativo em 1,7%.
“O exame dos dados regionais demonstra que, com exceção da agropecuária, cujo resultado acumulado dos últimos quatro trimestres está negativo em 0,2%, todos os demais setores produtivos apresentaram expansão: indústria 4,3% e serviços (que engloba o comércio), 2,7%”, observa o economista.
Segundo Barbosa, o desempenho dos setores da indústria e dos serviços é positivo em decorrência da participação deles na empregabilidade municipal. Ele ressalta que essa ampliação traz boas expectativas para o mercado de trabalho, em um momento considerado “extremamente crítico” quanto à geração de empregos.
Por isso, o profissional considera a criação de postos de trabalho o maior desafio em 2021 para os novos prefeitos, que assumiram seus mandatos na última sexta-feira.
PARTICIPAÇÃO
Com os resultados do terceiro trimestre, a economia regional totalizou R$ 7,2 bilhões.
Apesar dos bons números apontados na pesquisa da Seade, a Região de Araçatuba representa apenas 1,1% do PIB paulista.
“Desse modo, faz-se necessário ampliar essa participação, sobretudo por meio de estratégias de integração regional que promovam o desenvolvimento econômico sustentável, pavimentando um caminho que possa trazer resiliência para a economia regional frente aos sucessivos choques dos ciclos econômicos, cujos efeitos danosos impactam em especial as camadas mais vulneráveis da população.”
Barbosa pondera que o resultado apresentado diz respeito à região com um todo. “Porém, cada uma das 43 cidades que formam a região, tem suas características e dinamismo econômico próprio, com estruturas produtivas diferentes. Com isso, cada uma tem desafios e problemas diferentes, cujo entendimento demanda a realização de um diagnóstico econômico e social”, finaliza o profissional.
RANKING DAS REGIÕES ADMINISTRATIVAS DO ESTADO
1º – Franca + 8,1%
2º – Barretos + 3,0%
3º – Araçatuba + 2,7%
Marília + 2,7%
5º – Central + 2,2%
6º – Ribeirão Preto + 1,9%
7º – Itapeva + 1,&%
8º – Registro + 1,8%
9º – Presidente Prudente + 1,4%
10º – Campinas + 1,1%
11º – São José do Rio Preto + 1,1%
12º – Santos + 0,6%
13º – Bauru + 0,1%
– Sorocaba + 0,1%
15º – Reg. Met. São Paulo – 2,0%
16º – São José dos Campos – 3,4%
PIB cresceu na maior parte das regiões do Estado
De acordo as estimativas da Seade, o Produto Interno Bruto apresentou crescimento em 13 das 16 regiões do Estado de São Paulo no terceiro trimestre de 2020 na comparação com o trimestre imediatamente anterior, já descontados os efeitos sazonais.
Os maiores aumentos foram verificados nas regiões de Campinas (16,4%), Sorocaba (10,0%) e Metropolitana de São Paulo (9,1%) – esta última em patamares próximos, mas abaixo do crescimento verificado no Estado no mesmo período (9,4%).
As duas únicas regiões que apresentaram decréscimos são as de Itapeva (-2,6%) e Santos (-0,3%). A região de Marília apresentou estabilidade.
No acumulado de 12 meses, o PIB do Estado diminuiu 0,7%. Nessa mesma base de comparação, ressalta-se a expansão do PIB nas regiões de Franca (8,1%), Barretos (3,0%) e Araçatuba e Marília com os mesmos 2,7%.