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Coordenador de UTI da Santa Casa confirma nova morte por covid e alerta para dano psicológico

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DIEGO FERNANDES – ARAÇATUBA

Após fazer o alerta sobre a situação preocupante da ocupação de leitos de covid-19 em Andradina na última segunda-feira (29), o coordenador da UTI Covid da Santa Casa de Andradina, o médico Rafael Marão, concedeu entrevista exclusiva à SRCTV confirmando mais uma morte pela doença no município e falando mais uma vez sobre a gravidade da situação.

Dr. Rafael Marão lembrou os problemas psicológicos que a pandemia pode causar para os infectados que ficam internados e ainda deu algumas dicas sobre em que momento a pessoa que sente um sintoma deve procurar atendimento no Centro Covid, localizando em um anexo do hospital.

Como já havia dito na segunda-feira, o coordenador da UTI Covid lembrou que a incidência de casos graves nos jovens de Andradina e está aumentando, e confirmou que os três pacientes que utilizam respiradores na Santa Casa no momento têm menos de 40 anos.

“Atualmente nós temos três pacientes graves em ventilação mecânica, entubados, e os três são menores de 40 anos, ou seja, a gente sabe que a população mais idosa e com comorbidades, ela é mais vulnerável, mas a doença vem atingindo os mais jovens com bastante gravidade, recentemente”, afirmou o médico.

O coordenador também informou a morte de uma paciente nas últimas horas após sofrer complicações da covid-19 e voltou a alertar sobre a situação preocupante e o número alto de casos graves sendo atendidos ao mesmo tempo.

“Estamos com 9 pacientes internados neste momento e infelizmente tivemos um óbito decorrente da covid nestas últimas horas. Então nossa situação hoje é bem preocupante no que diz respeito ao grau de gravidade dos pacientes e ao número de pacientes internados”, afirmou à SRCTV.

Falta de cuidados

Para o médico, a situação atual reflete a falta de cuidados da população. Ele cita que as festas de final de ano, neste sentido, são uma preocupação, já que podem aumentar as reuniões, principalmente familiares.

“Isso que está acontecendo agora é um reflexo do comportamento da população e de um afrouxamento nos cuidados, como distanciamento social, uso de máscara, higienização das mãos, e principalmente no que diz respeito às aglomerações, que é o que vem preocupando a gente, principalmente com a proximidade das festas de final de ano”, disse.

As reuniões familiares, aliás, tem causado um fenômeno no hospital que é a internação de vários pacientes da mesma família, de acordo com o médico. Até seis pacientes de uma mesma família chegaram a ficar em tratamento ao mesmo tempo na Santa Casa de Andradina.

“Hoje nós temos muito caso de famílias inteiras internadas, três, quatro, já chegamos a ter seis pessoas da mesma família internadas e distribuídas entre os hospitais da região. Esses casos que eu citei de famílias, isso é decorrente de reuniões familiares, churrascos, festas, aniversários, aquela coisa de ‘ah, vamos lá só dar uma visita, vamos fazer uma festa’, coisas que parecem inocentes, mas é isso que está fazendo a doença se alastrar desta forma”, opinou.

Lado psicológico

A internação por covid-19 pode causar danos psicológicos ao paciente. De acordo com o médico Rafael Marão, pelo fato de ser necessário o isolamento, não é possível receber a visita da família durante o tratamento no hospital, o que pode afetar o paciente além do dano físico causado pelo vírus.

“A doença é grave, além da parte física ela afeta muito a parte psicológica, porque como se sabe, o paciente não pode receber visita, ele acaba ficando sozinho. Por mais que tem os cuidados da equipe médica, de enfermagem, fisioterapia, a família acaba tendo que ficar isolada. Então, além da gravidade física, há o stress psicológico, quem viveu esse problema, sabe bem do que eu estou falando”, explicou.

Quando procurar atendimento

De acordo com o coordenador da UTI Covid da Santa Casa de Andradina, a pessoa não deve aguardar muito tempo para buscar o atendimento, a partir do momento em que sentir os primeiros sintomas da doença. Ele ressalta a importância de buscar ajuda médica o mais breve possível.

“O atendimento deve ser procurado de forma precoce, hoje a gente sabe que apresentou os sintomas: tosse, febre, mal-estar, falta de ar, qualquer sintoma que pode ser sugestivo, procurar o atendimento. Porque a gente está no meio da pandemia e a gente não pode descartar que a gente pode estar infectado com a covid e quanto antes a gente buscar o atendimento é melhor”, explicou Marão.

Por fim, o médico também lembrou que a parte mais fundamental é manter os cuidados para evitar a infecção e a necessidade de tratamento ou internação hospitalar. Somente este tipo de medida pode ajudar no desafogo dos hospitais da região.

“Isso é uma coisa que não tem margem pra discussão, a gente tem que manter os cuidados com a higienização, a máscara é fundamental, a lavagem das mãos, o uso de álcool em gel, e o principal de todos, evitar as aglomerações”, conclui o Dr. Rafael Marão. (Com informações da SRCTV)

 

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