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Como o pobre pode se salvar da crise que vem por ai?

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Rodrigo Andolfato

O titulo deste artigo traz a pergunta que eu mais ouvi nos últimos dias de muitas pessoas do meu convívio. Desde a pessoa que trabalha em casa, até amigos e colaboradores da empresa. Tudo por conta de uma publicação que fiz em minhas redes sociais, que trazia por sua vez uma publicação do jornal “Financial Times”. Esta publicação, de página inteira, trazia em inglês o seguinte texto: “CAPITALISMO, Tempo de Reset”. Tal publicação leva a uma análise errada dos fatos, o que me motivou a postar e explicar para todos, que o que precisa de mudança não é o capitalismo, mas o Estado.
O Grande Reset é algo inevitável. Não por conta do CAPITALISMO, o qual é baseado na relação não coercitiva entre as partes, onde comprador e vendedor fazem tudo por sua própria vontade. Mas o Grande Reinício do Sistema é devido ao Estado e sua política inflacionista baseada no MONETARISMO.
Para quem não entendeu ainda, vou explicar com fatos. Ano passado o governo se viu “obrigado” a “imprimir” um dinheiro que não tinha, para dar um auxilio emergencial ao povo. Isso obviamente aumenta a quantidade de dinheiro circulando sem aumentar a quantidade de bens e serviços. Assim o dinheiro perde valor e a inflação chega a todos. Durante anos todos os governos do mundo vêm fazendo isso. Porém no último ano, o dinheiro brasileiro perdeu 30% do seu valor. Quem comprava 10 sabonetes há doze meses, hoje compra apenas sete.
Assim, eu fiz uma postagem com essa imagem do jornal, e escrevi que para se proteger do Grande Reset as pessoas deveriam investir em ouro, criptomoedas e imóveis. De forma bem simplista, o que eu expliquei foi o ato mais básico de economia austríaca, que procura diferenciar DINHEIRO, moeda, de RIQUEZA. Simplesmente disse aos meus seguidores que para fugir da desvalorização da moeda, eles deviam tangibilizar, comprar bens reais. Eis então que muitas pessoas começaram a publicar seus desabafos: “E quem não tem o dinheiro para investir? Faz o que?”. Foi com uma pergunta dessa, feita pela Luly, que trabalha em casa, que eu resolvi escrever este artigo para explicar a todos o mesmo que expliquei para ela.
Expliquei primeiramente para Luly que inflação nada mais é que a expansão monetária. De forma simples expliquei que quando se aumenta a quantidade de dinheiro num país com a mesma quantidade de coisas a serem compradas com esse dinheiro, o que acontece é o aumento dos preços, uma vez que na vida real, todos os dias vivemos fazendo trocas. Expliquei para ela que o governo ao dar 600 reais por três meses para todo mundo, arrumou uma solução momentânea que desvalorizava o salário de todos por tempo muito maior que os três meses de ajuda. Expliquei que quem ganhava mil reais por mês, há doze meses, ganha hoje o mesmo que 700 reais. Ou seja, numa conta de padaria bem simplista, o governo deu 1800 reais e tomou 300 em poder de compra por mês. Em um ano ele tomou de todo mundo 3600 reais.
Foi ai que percebi o desalento em sua face ao não ver saída no empobrecimento dos trabalhadores. Então tentei explicar para ela o papel dos estoques reguladores aplicado a vida dos assalariados. Comecei explicando que tudo aquilo que a gente compra e estraga é o produto mais caro que existe. Se você compra 30 litros de leite para passar o mês e ao final do período três estragam, você ficou mais pobre, uma vez que gastou o valor de 30 litros em 27. Usando esse exemplo, quis colocar o papel das escolhas na vida cotidiana e de como escolhas relativamente simples impactam no sucesso ou no fracasso de cada pessoa.
Passado essa fase, expliquei que existem alguns produtos que sofrem mais com a inflação que outros. Normalmente produtos de empresas multinacionais que comercializam globalmente. Expliquei que essas empresas são mais ágeis em reajustar o valor de seus produtos pela inflação e assim não perderem seus lucros reais. Traduzi isso a ela, através dos reajustes dos preços dos produtos de limpeza no supermercado. Neste momento ela concordou muito comigo e disse que esses produtos estavam os olhos da cara. Foi ai que expliquei que quem havia estocado esses produtos, que não se estragam facilmente com o tempo, há um ano, havia deixado de ficar 30% mais pobre.
Expliquei a ela porque eu estava comprando botijões de gás adicionais para minha casa. Expliquei que era muito melhor eu comprar um botijão novo e cheio por 150 reais do que ficar com esse dinheiro para comprar na próxima vez que eu necessitasse do produto. Expliquei então que se sabonetes não estragam, você pode aumentar seu estoque deste produto ao invés de ficar com o dinheiro na carteira. E que a ideia de tangibilizar para não empobrecer poderia ser efetuada até por assalariados, desde que se prestasse muita atenção em que se investir. E que até produtos de real necessidade do dia a dia poderiam ser uma maneira de fugir do empobrecimento causado pelo Estado.

Rodrigo Andolfato é empresário da Construção Civil, membro do ilan – Instituto Liberal da Alta Noroeste

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