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A excelência da Imprensa

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ADELMO PINHO

“A imprensa é a vista da nação. Sem a vista, mal se vive”, disse o jurista e escritor Rui Barbosa, transmitindo nessa mensagem que a imprensa nos possibilita ver e refletir sobre algo. O trabalho desenvolvido pela imprensa numa sociedade democrática sempre será atual e necessário. Se uma sociedade quer se manter democrática ou tornar-se, a imprensa livre, atuante e honesta é um dos seus pilares.
Qualquer tentativa de censura ou de abalar a liberdade de imprensa merece repúdio, considerando que é através dela que as verdadeiras informações são transmitidas aos cidadãos. No âmbito da boa imprensa não há espaço para polarização, conchavos, corrupção ou “jeitinho”. Profissionais das rádios, TVs, jornais e revistas são verdadeiros guerreiros. Para eles não existe dia ou hora para o trabalho, até porque os assuntos surgem repentinamente e a necessidade da transmissão da informação é imediata.
O “tempo” da imprensa é diferente, exigindo pronta ação. Para esses profissionais, mais do que trabalho, existe a missão de bem informar as pessoas. Lembremos com pesar que muitos profissionais da imprensa – principalmente jornalistas – foram mortos, presos injustamente, torturados, desonrados ou perseguidos durante regimes de exceção ou em estados autoritários, tudo porque transmitiram ou pretendiam transmitir fatos sobre determinado assunto ao povo.
Um princípio basilar da imprensa é o de sempre ouvir os “dois lados” sobre qualquer tema. A posição crítica da imprensa é salutar para a democracia, mas isso não significa que a imprensa não possa ser criticada. A imprensa também possui o papel relevante de fiscalização do poder. Por isso, quando um governante incomodado desprestigia a função da imprensa, cabe ao cidadão manter-se em estado de alerta, pois pode ali habitar o “embrião de um déspota”. Calar a imprensa significa silenciar a voz das ruas ou do povo.
O inglês John Milton, num panfleto-manifesto de 1644, chamado de “Areopagitica”, em defesa da liberdade da imprensa, dizia que esta permite que a verdade e a falsidade lutem em confronto livre e aberto. Penso que é isso que faz com que a sociedade forme a sua opinião sobre qualquer assunto transmitido pela imprensa, por mais polêmico que seja.
Enfim, se pudesse como cidadão me dirigir à imprensa, à moda antiga, através de uma carta, iniciaria o texto assim: “A sua excelência, a Imprensa …”. E finalizaria com “Parabéns e obrigado”!

Adelmo Pinho é promotor de Justiça

 

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