Diego Fernandes – Araçatuba
O araçatubense Fábio de Almeida Yamada, de 49 anos, levou dois sustos entre 2020 e 2021. Mesmo com uma vida dedicada à prática esportiva, ele sofreu dois pré-infartos e precisou colocar dois stents em seu coração.
O fato, porém, não o impediu, pelo contrário, o incentivou ainda mais a praticar o esporte. E parte do resultado prático e esportivo foi conquistado no Campeonato de Natação Máster, disputado em Doha, no Catar, entre 23 de fevereiro e 3 de março.
Na categoria entre 50 e 54 anos (ele faz 50 anos em outubro), Fábio, que atualmente é atleta do Clube Pinheiros, de São Paulo (SP), conquistou dois vice-campeonatos, nos 200m e 400m Medley, que envolve os quatro tipos de nado – borboleta, costas, peito e craw – sendo que ficou em sexto nas provas de nado livre de 200m, 400m e 800m. Ele também bateu o recorde paulista da categoria em todas as provas.
Mas tudo começou muito cedo. Aos cinco anos foi obrigado a entrar na natação para cuidar da saúde.
“Quando eu era criança eu tinha bronquite e uma das receitas mais tradicionais é mandar a criança para a natação, então eu comecei com 5 anos no Corintians de Araçatuba, depois fui para o Araçatuba Clube. Nadei em Araçatuba dos 5 aos 18 anos, depois vim para São Paulo no Esporte Clube Pinheiros”, contou Fábio à reportagem de O LIBERAL.
Foi nadador profissional por vários anos e ao parar passou a se dedicar a outros esportes como tênis, musculação e corrida.
Durante a pandemia, com o acúmulo de stress, e também pelas diversas emoções vividas, boas (como o nascimento do segundo filho) e ruins (o isolamento), Fábio sofreu um pré-infarto em novembro de 2020, fato que voltou a ocorrer em março de 2021.
“Acabei tendo um pré-infarto em novembro de 2020 com uma combinação de stress, falta de sono. Me recuperei, e em fevereiro de 2021 eu peguei covid e assim que saí do isolamento, em março de 2021, tive outro pré-infarto, então tive que colocar um segundo stent, agora tenho dois. Graças a Deus, nos dois casos, fui socorrido a tempo e não tive nenhuma sequela, e isso me permitiu ter retomado o esporte”, relatou.
Fábio Yamada conta que a natação funciona como uma meditação, já que ao mesmo tempo em que pratica o esporte, também pode colocar em prática sua concentração.
“É uma das poucas situações onde você está isolado do mundo. É uma mistura de atividade física com meditação. Os problemas de saúde me motivaram a voltar a nadar, além do fim da pandemia”, contou. “A natação foi um grande remédio para me recuperar física e mentalmente”, disse.
Araçatubense
Apesar de morar há muitos anos em São Paulo e competir pelo Pinheiros, Yamada segue se considerando araçatubense e diz que a maior parte das pessoas o veem dessa forma.
“A minha imagem como nadador é muito vinculada à Araçatuba. Tenho grandes amigos na cidade e minha família está aí, como meus pais. Muitas pessoas da cidade me procuraram para dar os parabéns”, disse.
Treino
Para se manter em forma para competir, Fábio Yamada precisa dividir seu tempo entre os treinos na piscina, sua família (esposa e dois filhos) e seu trabalho como advogado.
A rotina não é fácil, mas ele agradece o apoio da esposa e demais familiares na caminhada.
“Eu treino quando é possível, por causa da minha rotina familiar e do meu trabalho como advogado. Sem a minha esposa seria impossível eu pensar em começar esse projeto”, disse Yamada, que também comentou como é seu treinamento. “Inclui treinamento na piscina e musculação. De segunda a sexta é de 1h a 1h10, e de sábado é um treino leve de 40 minutos. Faço musculação de duas a três vezes por semana, a série dura de 40 minutos a 1h e voltada para natação. Tenho um plano alimentar montado por um nutricionista de alta performance e tem que tomar uma série de suplementos”, completou.
