DIEGO FERNANDES – ARAÇATUBA
Após entregar, no mês passado, um plano à prefeitura municipal para a realização de provas sem público no parque equestre do recinto Clibas de Almeida Prado, em Araçatuba, a ABQM, Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Quarto de Milha, decidiu adiar para outubro a realização do 43º Campeonato Nacional da raça.
A intenção da entidade agora é realizar o Campeonato Nacional junto com 41º Potro do Futuro, 6º Derby e 3º Juvenil, que já ocorreriam normalmente em outubro, em Araçatuba. A entidade também informou o cancelamento da 14ª Copa dos Campeões foi cancelado.
O motivo do adiamento é a pandemia do novo coronavírus. A decisão, segundo a direção da ABQM, visa zelar pela segurança dos associados, competidores, expositores, colaboradores e público em geral. A competição estava prevista para ocorrer entre os dias 18 e 26 de julho, data que já havia sido descartada na reunião com o poder público no mês passado.
Mesmo com o adiamento do Campeonato Nacional, o presidente da ABQM, Caco Auricchio, está otimista pela realização da competição em outubro e afirma que haverá premiações inéditas para os competidores. “Nosso maior desejo é realizar as provas com total segurança. Estamos trabalhando para trazer uma premiação inédita aos competidores, cumprindo assim o nosso compromisso de valorizar e fomentar o Quarto de Milha. Em breve, informaremos sobre os prêmios e cronograma de provas”, afirmou Auricchio em nota da assessoria de imprensa da ABQM.
Importância econômica
Na reunião ocorrida no dia 16 de junho com representantes do poder público municipal no recinto Clibas de Almeida Prado, em Araçatuba, dirigentes da ABQM alertaram para a importância das competições para a movimentação dos negócios.
Segundo números da própria ABQM, a cadeia de criadores de cavalo quarto de milha gerava, antes da pandemia, um PIB de R$ 16 milhões, criando 600 mil empregos diretos e até 3 milhões de vagas de trabalho contando também os empregos indiretos. “Nós estamos preocupados e muito com qualquer uma dessas pessoas que por falta de uma posição ativa como essa que estamos tendo, perca mais um dia, mais uma semana, ou mais um mês de oportunidade de trabalho”, afirmou o presidente da ABQM, Caco Auricchio, na oportunidade, à reportagem do jornal O LIBERAL REGIONAL.
Já para Carlos Braga, presidente do Conselho de Administração da ABQM, é importante que o criador coloque seu cavalo em competição para que os negócios possam seguir acontecendo. “Para que o cavalo tenha a projeção, a viabilidade comercial e de criação nós precisamos realizar provas, mesmo que sejam fechadas, pequenas, seguindo protocolos de segurança, sanidade, de proteção à vida, mas é importante que mesmo que aos poucos as provas comecem a se realizar. Precisamos que a roda ande, que a engrenagem funcione na cadeia produtiva do cavalo quarto de milha com treinadores, competidores, ferradores, todos os profissionais que vivem do cavalo”, afirmou também de forma exclusiva ao jornal O LIBERAL.
Em 2019, as competições da ABQM trouxeram impacto de R$ 10 milhões na economia de Araçatuba, com 15 mil visitantes por dia no recinto. Foram ainda 8 mil conjuntos inscritos em 330 categorias de provas, com 1.500 competidores por evento e mais de 2.500 animais participantes de 18 estados diferentes