DA REDAÇÃO – BRASÍLIA
A experiência de mulheres trabalhadoras do campo mostra que é por meio do cooperativismo ou por associativismo que elas conseguem acessar recursos para produzir, serviços, oportunidades de emprego e de representação em conselhos com voz para decidir.
O potencial existente em cooperativas para a autonomia das mulheres rurais é destacado pela Comissão da ONU sobre a Situação da Mulher e pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI). “A riqueza gerada pelas cooperativas permanece na comunidade, criando postos de trabalho e atividades sustentáveis. As cooperativas são baseadas em valores que representam um modelo adequado para as mulheres construírem seu próprio futuro”, declarou Rodrigo Gouveia, diretor de Políticas da ACI.
No entanto, o papel das mulheres rurais na proteção e gerenciamento de recursos naturais, no desenvolvimento econômico da comunidade local e na participação mais efetiva nas cooperativas esbarra na dificuldade de conciliar as diferentes atividades que estão culturalmente sob responsabilidade feminina.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em todas as faixas etárias, de 14 a 60 anos, as mulheres de todas as regiões do país do campo e da cidade se dedicam mais diariamente aos afazeres domésticos do que os homens. Em média, as brasileiras trabalham mais de 11 horas em atividades relacionadas aos cuidados de outras pessoas ou da casa, enquanto que os homens dedicam menos da metade desse tempo (5,1 horas).