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Sérgio Gottardi Paoliello acredita no cooperativismo para fortalecer agropecuária

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O setor do agronegócio está passando por profundas transformações na esteira dos sucessivos escândalos no governo e até mesmo a falta de informações. A falta de investimento em infraestrutura compromete o escoamento da safra e encarece o custo de produção, atingindo o produtor. Falta política de preços mínimos justos. Os financiamentos concentrados em determinado grupo de frigorífico levou insegurança ao mercado na esteira do escândalo da JBS. O quadro é preocupante, mas mesmo assim, o engenheiro agrônomo e presidente da Cobrac, Sérgio Gotari Paolilello mostra-se confiante e aponta o fortalecimento das cooperativas como solução para o setor agropecuário e para agronegócio.
Paoliello acompanha as movimentações do mercado e as manobras dos grandes grupos econômicos. Vê com ressalvas a suspensão da importação de carne in natura do Brasil pelos Estados Unidos. Na sua avaliação, como grande produtor de carne de boa qualidade, os EUA podem estar criando dificuldades para os exportadores brasileiros visando a abertura de novos mercados para os norte-americanos.
Ele cita que há muito tempo o mercado não é favorável aos produtores brasileiros, que foram atingidos com a Operação Carne Fraca. Em poucos dias o preço do boi gordo despencou. Depois foram os problemas da JBS, maior grupo do país e, agora a decisão dos Estados Unidos. Segundo Paoliello, o governo brasileiro errou quando atuou no fortalecimento de alguns grupos, como a JBS e não teve a mesma disposição com as cooperativas. Para ele, as cooperativas são o futuro do agronegócio. Paoliello é um dos articuladores do processo de incorporação da Cobrac pela Coopercitrus. “O caminho são cooperativas fortes”, fiz.
Com mais de duas décadas de experiência no cooperativismo, Paoliello cita grandes e importantes empreendimentos. Ele destaca cooperativas do Estado do Paraná, que para ele são as mais sólidas e completas. “A cooperativa deve estar presente em toda a cadeia de produção. Do parafuso ao trator e do sêmen ao abate do boi”, diz. Ao citar a frase, Paoliello explica que há necessidade da integração agricultura-pecuária. Onde há produção de grãos, é mais viável a pecuária.
Em uma visão mais de futuro, o engenheiro agrônomo vislumbra uma cooperativa na região capaz de estimular a produção agrícola e contribuir para o fortalecimento da pecuária, até mesmo com a instalação de um frigorífico. “Isso fortaleceria a cadeia produtiva local, gerando muitos empregos”, diz frisando que o cooperativismo tem este compromisso com o meio onde está inserido e com as pessoas (cooperados e comunidade), ao contrário de grupos econômicos, que visam apenas o lucro, não assumindo compromissos com a sociedade. Ele lembrou frigoríficos que foram fechados, comprometendo a cadeia produtiva local e da região onde funcionavam.
“Precisamos de uma política séria para fortalecer as cooperativas e as cadeias produtivas. Com isso podemos ampliar a oferta de trabalho e, consequentemente, refletir no mercado interno”, acrescentou.

QUEM É
Nascido na cidade de São Paulo, em 4 de novembro de 1955, Sérgio Gottardi Paoliello, tem o agronegócio no sangue. Tanto os avôs maternos quanto os paternos eram em sua maior parte descendentes de italianos e sempre trabalharam no campo. O avô materno, Armando, foi um dos fundadores da cooperativa (sócio 61). O pai, Roberto Furquim Paoliello (sócio 601), advogado e agropecuarista, foi presidente do Sindicato Rural da Alta Noroeste (SIRAN). Um dos seus bisavôs paterno, Raul Furquim, foi um dos pioneiros da citricultura na região de Bebedouro e na noroeste de São Paulo.
Engenheiro Agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo, em Piracicaba (Esalq/USP), 1979, casou-se dois anos depois com Catharina Franco do Amaral, filha do médico e pecuarista doutor Alberto Franco do Amaral (sócio 353).
No início da carreira trabalhou dois anos com o pai, que criava gado leiteiro e de corte, e também fazia produção de sementes de feijão guandu e milho, e iniciava a atividade de manejo intensivo de pastagens e confinamento. Depois, passou um ano e meio em uma multinacional de sementes de hortaliças. Em seguida montou uma empresa de produção de sementes de forrageiras para pecuária. Ao mesmo tempo, foi impelido a tomar conta dos negócios agropecuários do sogro em São Paulo e no Mato Grosso do Sul (criação de gado nelore PO e agricultura). Politicamente engajado, desde os tempos de estudante, no final da década de 1980, filiou-se à União Democrática Ruralista (UDR), sendo diretor administrativo da entidade, em Araçatuba.
Em 2000, participou da eleição a prefeito de Araçatuba. Trabalhou arduamente na campanha, que contava ainda com outros quatro candidatos: Jorge Maluly Neto, Domingos Andorfato (substituído pelo filho Marcelo, às vésperas da eleição), Germínia Dolce Venturolli e Paulo César da Silva. O vencedor foi Maluly. Sérgio ficou em terceiro lugar, atrás de Andorfato. Foi sua única incursão como candidato pela política partidária eletiva.
Católico, devoto de Santa Rita de Cássia, o mais velho de quatro irmãos – os outros são Roberto, Ângela e Márcia – e pai de três filhos – Luiza, Bruno e Mário -, Sérgio Gottardi Paoliello avalia positivamente o trabalho que desempenhou na Cobra. Foram anos de muito trabalho, dívidas e incertezas. Agora, a Cooperativa está sendo incorporada pela Coopercitrus. Será o último ato de um desafio que começou em abril de 1997.

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