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Mesmo com placas de alerta, pessoas levam animais à Lagoa Maior

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O número de jacarés-de-papo-amarelo avistados na Lagoa Maior, em Três Lagoas (MS), tem preocupado moradores e frequentadores do local. De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agronegócio, atualmente, existem três répteis adultos com mais de dois metros de comprimento e nove de porte médio habitando a Lagoa, além de 170 capivaras que também vivem ali.

Na última quinta-feira (31), um jacaré atacou, matou e devorou um cachorro da raça pinscher. No momento do ataque, diversas pessoas flagraram a cena. Conforme imagem registrada é possível ver o cãozinho pulando na água e latindo desesperadamente. O dono do animal tentou salvar o cachorrinho, mas sem sucesso. O cão foi arrastado até um banco de areia no meio da Lagoa e ali foi devorado. A cena chocou a população.
Este é o segundo ataque de jacarés contra cães. No ano passado outro cachorro foi devorado pelo réptil. O assunto novamente gera polêmica na cidade e a opinião pública se divide:

“Penso que o fato ocorrido na Lagoa Maior foi imprudência da família. Todos nós sabemos que lá habitam animais selvagens e o instinto do animal fez com que ele devorasse o cachorrinho. Lá tem várias placas avisando que não pode levar animais domésticos, mas o pessoal mesmo assim leva. Acho que deveriam cercar a lagoa igual na represa de São José do Rio Preto (SP)”- Giselle Ferreira, estudante.

“Minha visão em relação ao ocorrido é de que as pessoas devem ter mais consciência sobre o perigo desses animais que vivem na Lagoa. O Poder Público tem que cercar a lagoa e deixar os animais ali para evitar o contato direto com as pessoas”- Everton Lima, vendedor.

“Na minha opinião tem que tirar essas feras da cidade. Tem muita criança que brinca na lagoa e uma hora um bicho desses pode atacar, então não pode ter isso no meio da cidade. Tem que levar esses animais para um zoológico”. – Ângelo Pereira, aposentado.
O secretário municipal de meio ambiente, Celso Yamaguti, pontuou que no momento não há possiblidade de cercar o local. Isso impediria que as capivaras circulassem na Lagoa. “O cercamento externo, que seria por fora da Lagoa Maior, restringiria as pessoas de ter contato com a lagoa. Outro questionamento seria o cercamento por dentro da lagoa, mas protegendo a pista de caminhada, porém, restringiríamos o espaço seco. A pista de caminhada é muito próxima ao espelho d’água, então a capivara não teria espaço para se locomover dentro e fora do espaço, mas, para o jacaré não interfere”, pontua.

RETIRADA DOS ANIMAIS
A possibilidade de retirada dos jacarés da Lagoa Maior também gera polêmica. O assunto é discutido há mais de cinco anos sobre a possibilidade. No entanto, apenas três jacarés adultos com mais de dois metros, pesando 80 quilos, foram removidos. Os répteis foram levados para uma área de reserva ambiental no município de Brasilândia, distante 56 km de Três Lagoas.

Sobre a remoção, o secretário reitera se tratar de um episódio específico. “Naquela época, “teoricamente”, aqueles jacarés já estavam mansos. Eles deixavam ser tocados e muitas pessoas tiravam selfie segurando na cauda do jacaré ou muito próximo à cabeça dele. E numa reação normal de defesa, poderia muito bem acontecer um acidente. Por isso, foi tomada essa decisão. Mas isso também tem a parte burocrática. Não é simplesmente retirar os animais. Tem toda uma legalidade de documentação, os responsáveis pela captura, o transporte, autorizações junto aos órgãos ambientais, o local para onde será levado esse animal para não interferir naquela localidade, enfim, uma série de burocracias já que se trata de um animal silvestre”, esclarece.

MINISTÉRIO PÚBLICO
O promotor de justiça do Meio Ambiente, Antônio Carlos Garcia, ingressou com uma ação civil pública com pedido de liminar, na Justiça, para exigir a retirada de jacarés da Lagoa Maior.

Para o promotor, há riscos evidentes para os frequentadores do local. “Aqueles animais não são dali, são originários do Pantanal e não podem habitar a Lagoa. Mas, as pessoas não entendem isso. Não vejo outra saída a não ser a retirada de todos esses animais, capivaras e jacarés”, justifica.

De acordo com o promotor, a Justiça não acatou a ação civil pública, por considerar que não havia procedência plausível. “Nós vamos fazer novamente outra ação pública para “amolecer o coração das pessoas e da justiça”. A opinião da população conta muito nesse momento. Alguns querem a retirada e outros não. Espero que não aconteça um fato pior em nossa cidade. Não ficarei omisso”, defende.

MAIS PLACAS DE AVISO
O secretário Celso Yamaguti afirmou que no primeiro momento serão instaladas mais placas informativas no local como medida de aviso sobre os riscos eminentes. “De imediato a população deve respeitar e não ultrapassar esse espaço do jacaré. Vamos colocar novas placas com novo formato, mais dinâmica que até as crianças possam entender melhor. Mas, vale ressaltar que já existem placas informativas no local”, destaca.

Mariane Martins

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