ARNON GOMES – PEREIRA BARRETO
Apesar de lenta retomada no abastecimento dos postos de combustíveis, a greve dos caminhoneiros trouxe mais uma consequência para Pereira Barreto, na região de Araçatuba. A partir de terça-feira, as aulas estarão suspensas por tempo indeterminado na rede municipal de ensino. A medida foi tomada por falta de condições de o poder público garantir, nos próximos dias, o transporte e a merenda escolar para todos os estudantes.
De acordo com decreto assinado pelo prefeito João de Altayr Rodrigues (PR), a paralisação dos motoristas de transporte de carga ocasionou o desabastecimento de gás de cozinha, gêneros alimentícios e combustível para o regular funcionamento das escolas municipais. A suspensão atende pedido feito pela própria Secretaria Municipal de Educação. No documento, o chefe do Executivo cita ainda como base legal para a decisão o artigo 12, inciso III, da atual LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), que impõe à administração pública o dever de organizar o serviço a fim de assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aulas estabelecidas.
Com a interrupção, ficam suspensas também quaisquer atividades acadêmicas então previstas. Os trabalhos administrativos, no entanto, permanecerão em funcionamento. Ainda no decreto, o prefeito é enfático ao dizer que o retorno das aulas e das atividades acadêmicas está condicionado à normalização da distribuição dos gêneros alimentícios, gás de cozinha e combustível para o pleno atendimento dos alunos. Por isso, não há também data para a reposição das aulas, o que será determinado, posteriormente, pela Secretaria de Educação.
Pereira Barreto tem, atualmente, 2.194 estudantes, sendo 1.507 no ensino fundamental e 687, no infantil. No total, são sete escolas municipais, considerando as unidades existentes na zona rural.
Ontem, ao falar com a reportagem, o prefeito disse que espera resolver o problema ainda no começo da próxima semana. “Assim que tivermos condições de garantir o transporte e a merenda, as aulas serão retomadas”, afirmou. “Nas cozinhas das escolas, acabou o gás e o estoque de carne também acabou”, diz Altayr, que, diferentemente das maiores prefeituras da região, não decretou estado de emergência. Segundo ele, com exceção de frutas, verduras e legumes, que são obtidos juntos a assentados, a maior parte dos mantimentos vem de fora.
FACULTATIVO
Antes da suspensão das aulas, no começo da semana, a greve já tinha provocado outras consequências na cidade. O presidente da Câmara, Cleber Mariani Pinto de Menezes (PMDB), havia antecipado o ponto facultativo. A medida entrou em vigor às 16h de segunda-feira passada, enquanto em praticamente todas as prefeituras e casas legislativas, valeu somente na quinta-feira passada, dia subsequente ao feriado de Corpus Christi.
O ato foi atribuído ao fechamento do comércio local e à interferência no funcionamento dos serviços públicos provocada pelo movimento dos caminhoneiros.